Revista Eletrônica da USIA, Vol 2, Nº 3, Agosto de 1997

OBJETIVO: UMA ÚNICA AMÉRICA
CONVERSANDO SOBRE AS RAÇAS EM ÂMBITO NACIONAL

Dos Editores Indice

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Dos Editores

Recentemente, o presidente Clinton fez um discurso, por ocasião da formatura dos alunos de uma grande universidade, cujo tema foi a situação das raças nos Estados Unidos. "É chegada a hora," ele disse, de termos uma conversa importante e sem precedentes" sobre esse tema. Esta Revista Eletrônica trata da raça, da sua importância e de como o seu significado está sempre mudando na América atual, para que nossos leitores no exterior possam ter um contexto para compreender essa conversa.

Para muitos, a história das raças nos Estados Unidos está escrita em branco e preto. Com certeza a história dos Estados Unidos desde as grandes iniciativas no campo dos direitos humanos nas décadas de 50 e 60 tem tido esse ponto de vista como fio condutor. Essa perspectiva bipolar, no entanto, é questionada por alguns críticos como inexata e inadequada, devido à presença histórica de outros grupos na nossa nação, e devido ao crescimento desses grupos na paisagem norte-americana. De fato, muitos observadores acreditam que um conceito aperfeiçoado de raça incorporando essa visão mais abrangente dos papéis da cultura e da etnicidade resultará em uma percepção mais ampla da história e em uma formação mais eqüitativa e eficaz da política pública.

De certa forma, o termo "raça" não tem significado suficiente, ou tem um excesso de significados. Para alguns, raça é aquela combinação definida de traços históricos hereditários que caracteriza os grupos de pessoas. No outro extremo do espectro das definições, a raça passa a ser um código usado para rotular as identidades étnicas e até mesmo religiosas. Mas seja ela compreendida em termos de cor, etnia ou grupos culturais, a raça é uma parte significativa da experiência humana.

A raça tem sido um divisor de águas, e ao mesmo tempo, motivo de confrontos na história dos Estados Unidos. A luta pela justiça social, definida de várias formas, acompanha, inexoravelmente, a realização do potencial e a realização dos objetivos da nação de modo geral. Portanto, falar sobre as raças freqüentemente significa falar também sobre a política e as questões políticas, como por exemplo, a ação afirmativa. O termo remete aos esforços ativos, no campo jurídico e social, iniciados com o Civil Rights Act (Lei de Direitos Sociais), de 1964, com o objetivo de melhorar as oportunidades educacionais e profissionais para os membros das minorias raciais. Os proponentes e oponentes continuam a discutir a conveniência das políticas de ação afirmativa, e esta revista inclui as opiniões do presidente Clinton, assim como as de dois eminentes analistas.

O convite, feito pelo presidente, para o diálogo, teve ampla repercussão, e a conversa deve continuar. Trata-se de um tópico muito amplo. Esta revista não deseja proporcionar uma visão histórica abrangente; não tentaremos apresentar respostas para todas as grandes questões que permanecem em aberto. Proporcionaremos um contexto para uma apreciação da complexidade do tema, com artigos que refletem visões diferentes e até mesmo contraditórias. Os artigos e a ampla bibliografia composta de fontes impressas e disponíveis eletronicamente, têm como objetivo ajudar o leitor a compreender esse diálogo peculiar aos Estados Unidos, e talvez, sugerir maneiras pelas quais a experiência americana possa ser relevante para outras nações e povos.

Sociedade e Valores dos EUA
Revista Eletrônica da USIA, Vol. 2, Nº 3, Agosto de 1997